quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Inovar sempre e não se entregar à mesmice. Quebrar regras sem medo dos conservadores. É assim, com atitudes altamente heavy metal, que o grupo suiço Samael vem traçando sua carreira desde o início dos anos 90. Os irmãos Xytras e Vorphalak começaram tocando um som pesado e agressivo, influenciado pelos primeiros ícones do black metal, Venom e o também suiço Celtic Frost. Era preciso contestar a mediocridade do mercado musical da época.Nos primeiros ensaios, em que Xytras assumiu o baixo, seu irmão a guitarra e o vocal, e Masmisein a bateria, foram compostas as faixas que estariam no primeiro trabalho. Financiado pela própria banda, o EP "Medieval Prophecy" mostrou que o Samael queria ser crú e agressivo, procurando diferenciar-se, inclusive, de bandas semelhantes. A atitude e a garra demonstradas no EP abriram os olhos de uma pequena gravadora francesa, a Osmose Records. Sem melhores oportunidades naquele momento, o Samael assinou com o selo e pôde pensar em vôos bem mais altos. "Worship Him", o primeiro disco oficial, foi gravado em 1991, mas com pouca produção. Não tinha o nível mínimo que os músicos desejavam, porém impressionou a imprensa e o público underground. Já no próximo disco, Xytras passou a ser a mente por trás das composições. Para não se ater aos limites do black metal, o grupo incluiu um tecladista na formação. Rodolphe H. ganhou a responsabilidade de criar climas sombrios e densos. Com ele, a banda gravou "Blood Ritual", que já era mais lento e ainda mais pesado. Cada vez mais forte no underground, o Samael surpreendeu à todos em 1994, já contratado da Century Media Records, com o álbum "Ceremony Of The Opposites". Um disco que rompeu de vez as amarras com o establishment da música extrema, misturando com maestria as guitarras do black metal com arranjos melodiosos dos teclados. Faixas batizadas pela própria banda como "operetas macabras".O disco chocou os fãs mas ainda era pouco. O que estava por vir alteraria radicalmente os conceitos sobre o Samael nos dois próximos anos. Da brutalidade total à inovação sonora, Xytras - que passou a se chamar apenas Xy - fez de "Passage" o início de uma nova era, a entrada para a arriscada fase do radicalismo total. O público, a partir de então, ou amaria ou odiaria o Samael.Longe de boa parte dos estigmas das raízes extremas, o Samael teve em "Passage" um dos trabalhos mais criativos da década ao unir a brutalidade do black metal com sintetizadores.Alguns fãs abandonaram a banda, mas muitos outros surgiram atraídos pela novidade. Finalmente o Samael expandiu suas fronteiras, desembarcando nos Estados Unidos para uma tour. Com o mini-CD "Exodus" o experimentalismo tomou conta do Samael. Peso, remixes e vocais sombrios se condensam criando uma verdadeira sinfonia do inusitado. Após este trabalho, Xy dedicou-se à parte técnica, tendo produzido dois discos do Rotting Christ. As "férias" só terminaram em 1999, quando Xy entrou com toda a força em uma nova mudança. Agora com mais um guitarrista, Kaos, o Samael centrou sua criatividade em passagens atmosféricas, mais sons eletrônicos e peso. Tudo isso gerou "Eternal", um ambicioso passo na história do grupo, que ousou derrubar outra barreira ao trabalhar com um produtor que jamais teve qualquer tipo de ligação com a música pesada. David Richards somou à indecifrável mente de Xy sua experiência com grupos como Queen e Rolling Stones. O local escolhido para as gravações foi o Mountain Studios, o mesmo em que Frank Zappa e Deep Purple já haviam trabalhado.

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